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Sociedades médicas debatem suplementação endovenosa

O webinar "Suplementos injetáveis no pré e pós cirurgia bariátrica" discutiu temas como as principais técnicas cirúrgicas e suas características nu...

04/07/2024 às 10h06
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em parceria com a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), promoveram nesta terça-feira (25), um debate sobre a reposição de nutrientes - quando deve ser feita feita por via oral, intramuscular ou endovenosa - em pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica. 

O webinar "Suplementos injetáveis no pré e pós cirurgia bariátrica" discutiu temas como as principais técnicas cirúrgicas e suas características nutricionais, questões regulatórias da suplementação injetável e técnica, evidências científicas da suplementação injetável de micronutrientes no pós-operatório da cirurgia bariátrica e o que temos de evidências científicas sobre a otimização do aporte proteico no pós-operatório da cirurgia bariátrica.

O presidente da SBCBM, Antônio Carlos Valezi, reforçou que os pacientes bariátricos necessitam de reposição de vitaminas e minerais, sejam eles  orais, intramusculares ou de forma endovenosa. 

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"A SBCBM se preocupa com o uso indiscriminado de soroterapias e, em conjunto com sociedades médicas que cuidam dos pacientes operados, quer levar informações de qualidade aos profissionais que integram o tratamento e reforçar que as indicações devem se basear em evidências científicas. A recomendação deve ser feita sempre com ética e ciência", afirmou o presidente da SBCBM, Antônio Carlos Valezi.

A reposição de nutrientes em pacientes com obesidade - que muitas vezes possuem deficiências nutricionais, inclusive com estudos científicos que comprovam - é fundamental. Isso se deve a alimentação com a gestão inadequada de carnes, frutas e verduras. Quando os pacientes optam pela cirurgia bariátrica, a reposição de nutrientes passa a ser fundamental, tendo em vista que dependendo da técnica cirúrgica e da individualidade de cada pessoa, ocorre uma absorção de nutrientes reduzida ou mais lenta.

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"Em algumas técnicas ocorre uma modificação anatômica e fisiológica do trato digestivo que compromete a absorção de nutrientes, com isso a suplementação deve ser feita por toda a vida, considerando o padrão alimentar do paciente, exames clínicos, sintomas e presença de intolerâncias alimentares", explica o cirurgião e ex-presidente da SBCBM, Luiz Vicente Berti. "Se não houver o  seguimento adequado das recomendações médicas no que se refere a suplementação, nas mulheres  especialmente, que têm o período menstrual, aumentam as chances de anemia e, em ambos os sexos, de osteoporose e desnutrição proteica", afirma Berti. 

Mas o médico reforça que, havendo o acompanhamento nutricional, a grande maioria dos pacientes consegue repor nutrientes de forma oral, sem qualquer prejuízo.  "Precisamos alertar para o fato da reposição de forma desnecessária, sem embasamento científico, mas quando bem indicada, ela ajuda muito no tratamento de pacientes que passaram pela cirurgia", completa Berti

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Coquetéis  milagrosos

Entre os propósitos do webinar está também orientar pacientes que fizeram a cirurgia para o fato que muitos soros existentes no mercado, oferecidos para desintoxicar o organismo, prevenir doenças, favorecer processos de emagrecimento ou ganho de massa magra, tratar anemias, melhorar a imunidade, aumentar a performance em treinos, aprimorar a saúde da pele, cabelos e unhas e até mesmo otimizar a memória, precisam ter comprovação científica para serem indicados.

Durval Ribas-Filho, que é médico endocrinologista e nutrólogo e presidente da Abran explica que a reunião científica propôs o esclarecimento de duas sociedades médicas sobre um tema que, em muitas vezes, a versão do fato científico é maior que o fato científico.

"Nosso objetivo aqui foi mostrar para o público que eles devem estar atentos para falta de evidências científicas sobre o tema e também dar o primeiro passo para a elaboração de um consenso que trate da suplementação, formulado por Sociedades Médicas e entidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Nacional de Residência Médica", afirmou o Dr. Durval.

Ele disse ainda que, tendo em vista a quantidade de de estabelecimentos que oferecem o serviço no país, o controle é muito difícil e é feito através de entidades como conselhos regionais de medicina de cada estado e da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

A médica nutróloga, Marcella Garcez, apresentou as leis e regulamentações para a prescrição de nutrientes injetáveis no Brasil. "A administração intravenosa de vitaminas pode causar complicações sérias, incluindo náuseas, arritmias cardíacas e reações alérgicas graves. Por isso, é fundamental que este tipo de tratamento seja prescrito e monitorado por médicos qualificados, especialmente, porque envolve métodos invasivos e que podem levar a efeitos colaterais rápidos e perigosos, reforçando a importância de abordagens baseadas em evidências científicas e orientações médicas rigorosas", declarou. 

Quando a reposição é indicada

O primeiro passo da indicação da suplementação consiste na avaliação clínica do paciente, em especial das suas queixas, sinais, sintomas e realização de exames para averiguar quais nutrientes estão em falta no organismo. Entre os principais  nutrientes que os médicos ficam em alerta  estão o cálcio, ferro, tiamina- vitamina B1, vitamina C, vitamina A, ácido fólico, vitamina B-12, proteínas e zinco. No caso da cirurgia bariátrica, as pessoas submetidas deverão utilizar sempre polivitamínicos  de alta potência, complementando-se com nutrientes específicos à necessidade individual.

"Quando o paratormônio não abaixa com a suplementação oral da vitamina D, por exemplo, deve-se recomendar ao paciente a reposição intramuscular ou endovenosa", afirmou a médica nutróloga da Abran, Sandra Fernandes. Ela apresentou estudos com resultados a respeito dos diferentes tipos de reposição de nutrientes.

De acordo com a Abran, a  prescrição endovenosa deve ser sempre individualizada e atender as necessidades específicas de cada paciente contendo no prontuário: registro de prescrição, data, nome do paciente, diagnóstico, composição do suplemento, dosagem, via de administração, duração da terapia e orientações para acompanhamento.

Ambas as sociedades deverão propor um cronograma para dar continuidade às discussões sobre o tema.

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